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Jogos Paralímpicos Paris 2024
Paris – No período de 28 de agosto a 8 de setembro de 2024, serão realizados, na França, os Jogos Paralímpicos Paris 2024. Serão 11 dias de competições, nos quais o mundo terá a oportunidade, mais uma vez, de assistir aos atletas paralímpicos em ação em competições voltadas exclusivamente para atletas com deficiências intelectuais, motoras, amputados e deficientes visuais.
Um longo caminho até chegar ao formato atual
A prática de esportes por pessoas com deficiências (PCDs) é documentada desde o final do século XIX na Europa, mas somente depois da Segunda Guerra Mundial aconteceram os primeiros esforços para profissionalizar e internacionalizar a prática esportiva entre deficientes.
A origem de tudo se deu com o médico alemão Ludwig Guttmann, que fugiu da Alemanha para o Reino Unido durante o governo nazista. Ele teve a iniciativa de introduzir o esporte como tratamento para a reabilitação de veteranos da guerra no hospital Stoke Mandeville, na Inglaterra. Em 1948, ele organizou uma competição esportiva paralela aos Jogos Olímpicos de Verão de Londres.
Em 1960, em Roma, na Itália, a edição dos Stoke Mandeville Games aconteceu, pela primeira vez, na mesma sede dos Jogos Olímpicos. Há quem considere que essa tenha sido a primeira edição dos Jogos Paralímpicos da história, mas fato é que a competição, que contou com a presença de 400 atletas de 23 países, em oito modalidades esportivas, ainda tinha nome diferente: “Olimpíadas dos Portadores de Deficiência”.
Entre os anos de 1968 e 1984, as competições entre paratletas foram realizadas em sedes diferentes das dos Jogos Olímpicos porque as sedes olímpicas não demonstravam, à época, interesse em adaptar suas estruturas para receber os atletas paralímpicos. Foi somente a partir de 1988, na edição sediada em Seul, na Coreia do Sul, que eles passaram a usar a mesma estrutura dos demais atletas, aproximando-se do formato atual.
Em 1989, o Comitê Paralímpico Internacional foi fundado como entidade sem fins lucrativos em Dusseldorf, na Alemanha, para atuar como órgão dirigente do movimento paralímpico global. Foi acertado, em inglês, que fosse “paralímpico”, sob o argumento de que a denominação derivaria da preposição grega “para” (ao lado) e da palavra olímpico, significando que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos caminhariam em paralelo, lado a lado.
A XVII Edição dos Jogos Paralímpicos
Agora, em 2024, chegamos à XVII edição dos Jogos Paralímpicos. Serão 4.400 atletas de todo o mundo, competindo em 22 modalidades esportivas: Atletismo Paralímpico, Badminton Paralímpico, Basquete em Cadeira de Rodas, Bocha, Canoagem Paralímpica, Ciclismo de Estrada Paralímpico, Ciclismo de Pista Paralímpico, Esgrima em Cadeira de Rodas, Futebol de Cegos, Goalball, Halterofilismo Paralímpico, Hipismo Paralímpico, Judô Paralímpico, Natação Paralímpica, Remo Paralímpico, Rugby em Cadeira de Rodas, Taekwondo Paralímpico, Tênis de Mesa Paralímpico, Tênis em Cadeira de Rodas, Tiro com Arco Paralímpico, Tiro Esportivo Paralímpico, Triatlo Paralímpico e Vôlei Sentado.
O Brasil será representado pela maior delegação para uma edição fora do País, com 280 atletas no total. Participarão 255 com deficiência, 19 atletas-guia (18 para o atletismo e um para o triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo.
Inclusão precisa e deve ser ampliada para além do esporte
É muito bom ver os avanços alcançados no mundo dos esportes. O Brasil é hoje considerado potência nas Paralimpíadas. A inclusão, no entanto, não pode ficar restrita a este campo da vida. Deve abranger todas as esferas da sociedade, exigindo a eliminação de barreiras físicas, atitudinais e sociais que ainda persistem.
A Defensoria Pública da União (DPU) lida diariamente com desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência em diferentes contextos. São diversas as situações que demandam a intervenção, que abrangem desde a falta de acessibilidade até o descumprimento de políticas públicas como cotas para concursos. A instituição trabalha para garantir que os direitos das pessoas com deficiência sejam efetivamente respeitados.
Por meio do Grupo de Trabalho Atendimento à Pessoa Idosa e à Pessoa com Deficiência (GT-PID), a DPU participa de audiências públicas no Congresso Nacional, elabora notas técnicas, promove projetos voltados à inclusão, mantém constante diálogo com outras instituições e entidades, entre outras ações voltadas ao avanço das pautas afetas à inclusão das pessoas com deficiência.
Assim como torcemos pelos nossos atletas nas arenas esportivas, devemos apoiar a luta pela igualdade de oportunidades e pelo fim da discriminação. A sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas com deficiência, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes todos os direitos fundamentais e humanos inseridos no ordenamento jurídico pátrio e na legislação internacional.
A DPU segue comprometida com a defesa desses direitos, para que todas as pessoas com deficiência possam viver em uma sociedade justa, inclusiva e livre de capacitismo.
Foto: Comitê Paralímpico Brasileiro
Assessoria de Comunicação Social
Defensoria Pública da União