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Seminário debate presença indígena no mercado de trabalho

São Paulo – “Por ser indígena, é meio difícil entrar no mercado de trabalho por falta de aceitação do povo, mas esse projeto é muito importante porque, como podemos dizer, gera valorização para nós. De lá para cá, foi uma experiência boa na verdade, muito bem aceita no meu serviço”, disse Alana Kaimbé, originária do povo Kaimbé, durante o 1° Seminário sobre Inclusão de Indígenas em Contexto Urbano no Mercado de Trabalho, realizado nos dias 6 e 7 de novembro na sede da Defensoria Pública da União (DPU) em São Paulo (SP).

Alana, 18 anos, participa do Programa Jovem Aprendiz Indígena (PJAI) e atualmente estagia no Hospital São Paulo. Compartilhar experiências como a dela foi o objetivo do seminário promovido pela DPU em parceria com a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) Saúde Indígena, entidade coordenadora do PJAI.

O encontro reuniu lideranças indígenas, participantes do PJAI, entidades responsáveis pela política indigenista e órgãos do sistema de justiça para debater a inclusão, a diversidade e o acesso da juventude indígena nas universidades e no mercado de trabalho no Brasil. As apresentações culturais contaram com a participação do Coral Kaimbé e Coral Guarani.

Foram realizadas oito mesas temáticas para discutir o racismo estrutural e ambiental, reparação histórica, ancestralidade, desafios e perspectivas da presença indígena no contexto urbano.

O defensor público federal João Paulo Dorini, ponto focal do Grupo de Trabalho Povos Indígenas em São Paulo, ressalta a importância do espaço para discussão. “É extremamente importante a DPU participar desse tipo de diálogo sobre educação em direitos, do debate público, para contribuir também com o desenvolvimento de novas ideias, novas possibilidades, novas políticas, para que, enfim, todos consigam acessar seus direitos de uma maneira melhor, mais igualitária, com mais proveito para todo mundo”, disse.

O coordenador do Programa Jovem Aprendiz Indígena e idealizador do evento, Jibran Patté, do povo Xokleng, destaca a necessidade de incluir a juventude indígena de São Paulo e do Brasil no mercado de trabalho com foco no respeito à diversidade cultural de cada povo.

“É importante pensar em temáticas relacionadas à questão da empregabilidade para esses nossos jovens que hoje se encontram nas universidades públicas do Brasil afora, então ficamos muito felizes, e essa parceria com a Defensoria Pública de União vem de encontro com o que está sendo tratado aqui hoje”, falou Jibran.

GT Povos Indígenas

Grupo de Trabalho Povos Indígenas (GTPI) é responsável por promover a defesa dos interesses das comunidades indígenas, a educação em direitos indígenas e a assistência às comunidades impactadas por grandes empreendimentos quando houver grupos indígenas envolvidos.

Cabe ao GTPI contribuir, também, na elaboração de políticas públicas de assistência jurídica às comunidades indígenas, na certificação e titulação das terras indígenas e na salvaguarda de indígenas em situação de prisão.

Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina

A SPDM é uma associação civil sem fins lucrativos e desde 2011é parceira do Ministério da Saúde, a partir de convênios com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI/MS), para execução de ações complementares de atenção básica à saúde indígena através das contratações de profissionais para compor as Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI).

Frente às dificuldades observadas, a instituição elaborou em conjunto com representantes indígenas o Programa Jovem Aprendiz Indígena (PJAI) que busca criar mecanismo que possibilita uma política de inclusão dos povos indígenas no mercado de trabalho.

Programa Jovem Aprendiz Indígena

O Programa Jovem Aprendiz faz parte das ações de políticas públicas, regulamentadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A SPDM Saúde Indígena aderiu ao Programa em 2012, priorizando a seleção de jovens indígenas vivendo no contexto urbano.

De acordo com a associação, foram contemplados pelo programa aproximadamente 60 jovens de diversas etnias. Além da oportunidade do primeiro emprego, são desenvolvidas competências técnicas e psicossociais, bem como ações de incentivo ao ingresso em universidades e ao protagonismo juvenil indígena junto às comunidades.

Assessoria de Comunicação Social
Defensoria Pública da União