DPU participa de evento no MS sobre segurança alimentar de indígenas
Campo Grande – Nos dias 24 e 25 de abril, ocorreu o evento “Segurança e Soberania Alimentar”, que abriu discussões sobre agricultura e alimentação dos povos guarani kaiowá e nhandeva, da aldeia Lima Campo, zona rural de Ponta Porã (MS). O evento contou com a participação da defensora regional de direitos humanos no Mato Grosso do Sul, Daniele de Souza Osório, da Defensoria Pública da União (DPU).
O primeiro dia do evento ocorreu na aldeia Lima Campo, na BR 463. A abertura teve a fala da diretora do Banco de Alimentos de Itanhaém (São Paulo), Luciana Melo, que apresentou um vídeo a respeito dos projetos do Banco de Alimento sobre a segurança alimentar e merenda escolar. Na sequência, iniciou-se um diálogo entre os indígenas, demonstrando interesse do resgate dos rituais de batizado do milho guarani e da rede de trocas de sementes.
Houve também as falas do professor da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) Neimar Machado de Sousa e do professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Antônio Hilário Urquiza, além da professora e historiadora Edina de Souza, que pontuou a diferença da atuação da Fundação do Índio (FUNAI) em Itanhaém e no Mato Grosso do Sul. As mulheres da comunidade agradeceram e destacaram a importância da escola que está sendo construída dentro da aldeia.
A construção da escola na aldeia indígena Lima Campo iniciou-se com uma vaquinha online que conseguiu R$26 mil para a compra de materiais de construção. A escola atualmente está com as paredes da sala e da cantina construídas e com todo o teto. A falta da escola é uma das maiores dificuldades da comunidade, pois os alunos precisam viajar 50km para ter acesso à educação.
O segundo dia do evento, realizado no Centro de Convenções de Ponta Porã, teve a participação da Secretária Municipal de Educação, professores indígenas, do vereador Paulo Roberto e policiais militares, dentre outros. O evento foi aberto com falas dos professores Neimar de Souza e Edina de Souza, que entregaram livros e demonstraram o resultado de suas pesquisas.
A defensora Daniele Osório ressaltou a importância da escola indígena e do comprometimento do munícipio com sua manutenção, que engloba a contratação de professores indígenas e o incremento da merenda escolar. “Educação indígena multicultural bilíngue, e respeitando as características culturais dos povos, não é favor. É direito. É direito previsto na Constituição Federal. Não basta colocar essas crianças numa sala de aula. Essas crianças têm direito a uma sala de aula com professores de sua etnia”, pontuou.
Também se pronunciaram o produtor rural Omar Taleb, da Secretaria de Educação; Leny Klais, do Banco de Alimentação de Itanhaém, e o professor Antônio Hilário.
DPU em Campo Grande/KNM
Assessoria de Comunicação Social
Defensoria Pública da União