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Golpistas estão usando o nome da DPU e de defensores prometendo o desbloqueio de valores judiciais
28/01/2025
Bagé – A Defensoria Pública da União (DPU), defensores públicos, servidores ou outros colaboradores da instituição não entram em contato com pessoas para realizar cobrança de depósitos, pix ou pagamentos antecipados, com a promessa da liberação valores retidos em processos judiciais. Cidadãos assistidos pela DPU em Bagé (RS) têm recebido mensagens por meio do aplicativo whatsapp com tentativas de golpes utilizando o nome de um defensor público da unidade.
Até agora, cinco pessoas entraram em contato com a DPU por terem recebido um contato no whatsapp que utilizava o nome e a imagem de um defensor público federal da unidade, roubadas de seu perfil pessoal Instagram. Os golpistas tinham acesso a diversas informações, como o nome completo, CPF, data de nascimento, o número do processo judicial, a demanda e o valor da causa do processo movido pela DPU na Justiça Federal.
A promessa era que um depósito, realizado por meio de pix ou TED, de um valor de em torno de R$ 2.500,00 quitaria pagamentos vencidos no Banco Central do Brasil (BCB), ato essencial para o desbloqueio dos valores do processo, que ultrapassavam em um dos casos 800 mil reais. Os golpistas prometiam a liberação integral e imediata do valor na conta bancária após o pagamento das dívidas, pressionando as vítimas e ameaçando atrasos no processo em caso de não haver pagamento.
É o caso de Jussara*, que entrou com um processo na DPU em 2023 para a concessão do medicamento Trastuzumabe. Ela teve seu pedido julgado procedente em agosto do ano passado para a concessão do medicamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e desconfiou dos valores oferecidos pois a medicação já está sendo disponibilizada pelo hospital onde realiza o tratamento.
Já Marialva*, que é costureira e tem cegueira monocular, recebeu mensagem de teor similar, oferecendo o pagamento de 48 mil reais na ação de auxílio por incapacidade temporária movida contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ela tem processo na DPU desde julho de 2024, realizou a perícia em novembro do ano passado e aguarda decisão judicial em seu processo.
Outro caso denunciado é de Eliana*, que entrou com processo na DPU contra o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pois sua posse no cargo de agente de pesquisa e mapeamento foi indeferida. O processo dela já foi encerrado após decisão judicial que não modificou o entendimento do IBGE, então ela desconfiou da promessa de pagamento de 32 mil reais feita pelos golpistas.
Denuncie e desconfie
São comuns, por todo o Brasil, denúncias de fraudes ou golpes utilizando o nome da DPU. Caso receba ligações ou contatos por aplicativos de mensagens ou redes sociais prometendo recebimento de valores em processos judiciais, desconfie. Entre sempre em contato com a DPU por meio dos canais oficiais da unidade onde está sendo atendido e não realize nenhum pagamento: os serviços da DPU são totalmente gratuitos e não há retenção de valores para liberação de qualquer quantia.
Além disso, não há meios de “agilizar” a atuação judicial ou liberar valores. Muitos golpistas solicitam depósitos em contas correntes em nome de supostos tabeliães de cartório ou de escritórios denominados “correspondentes jurídicos” da DPU, ou prometem acelerar o processo judicial com a retenção de partes dos ganhos. Isso não existe, o processo judicial tem seus trâmites e burocracias e não há “jeitinho” para acelerar o procedimento. Desconfie sempre.
No site da DPU você encontra endereços, telefones e e-mails das unidades e setores de atendimento. Caso você esteja desconfiado de algum contato realizado em nome da DPU, busque informações no atendimento da unidade, no aplicativo DPU Cidadão ou em outros meios oficiais de contato.
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*Para proteção da pessoa atendida pela DPU, os nomes utilizados nesta matéria são fictícios.
DCC/ACAG
Assessoria de Comunicação Social
Defensoria Pública da União