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Exposição sobre racismo religioso sob olhar da infância estreia hoje em São Luís (MA)

São Luís – A Defensoria Pública da União (DPU) e o Coletivo Dan Eji inauguram hoje (5) o projeto “A Defensoria Pública da União no combate ao racismo religioso pelo olhar da infância nos terreiros”, com a exposição fotográfica “Crianças Re-existências”, com curadoria e fotografia da pesquisadora Stela Guedes Caputo, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). A mostra ficará até 30 de setembro na Casa do Maranhão.

A exposição tem o objetivo de promover a difusão e a conscientização da importância da defesa de direitos dos povos de religiões de matriz africana, evidenciando a atuação e o papel da DPU. Setembro é de grande importância para as religiões de matriz africana, pois celebra os gêmeos Ibejis, orixás infantis. O projeto exalta as diversas vivências das crianças de axé e fortalece o universo lúdico das crianças pertencentes às religiões de matriz africana.

Stela Guedes Caputo, doutora em Educação, professora da UERJ e pesquisadora com crianças de candomblés há mais de 30 anos, chamou a atenção da DPU para o combate do racismo religioso a partir da ampliação do olhar para a presença das crianças nos terreiros, oferecendo uma visão de como elas interpretam, sentem e subjetivam o mundo.

“A fotografia tem sido um de meus principais modos de fazer pesquisa, uma de minhas principais linguagens de pesquisa. Se as crianças, por muito tempo, foram desprezadas como sujeitos de pesquisa, também o foram como sujeitos de imagens de pesquisa. E de um certo modo ainda são, pois a maior parte das pesquisas que usam fotografias reflete pouco sobre esses usos e sobre a fabricação das fotografias”, destacou a pesquisadora.

Serviço – A Defensoria no combate ao racismo religioso pelo olhar da infância nos terreiros
Data: 5 de setembro, às 19h00 – exposição estará disponível até o dia 30
Local: Casa do Maranhão
Rua do Trapiche, Praia Grande, Centro Histórico de São Luís (MA)

O racismo no Brasil

A Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro), em parceria com o centro de candomblé Ilê Omolu Oxum, lançou uma pesquisa para mapear casos de racismo religioso no Brasil. A pesquisa informa que 91,76% das lideranças de terreiro consultadas ouvem regularmente os seus filhos e filhas de santos relatarem que sofreram alguma forma de racismo religioso. Além disso, 48,23% dos terreiros sofreram de um a cinco episódios de racismo religioso nos últimos dois anos; 4% deles, sofreram de seis a 10 ataques; e, outros 4% sofreram mais de 10 ataques.

GT Políticas Etnorraciais

A DPU possui um grupo permanente voltado ao enfrentamento do racismo e à valorização e resgate da história e cultura da população negra. As atividades do Grupo de Trabalho Políticas Etnorraciais (GTPE) são voltadas à promoção da defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos; da efetivação da igualdade de oportunidades e o enfrentamento ao racismo e à discriminação, com o monitoramento de casos sensíveis à pauta; bem como da criação e adoção de medidas, programas e políticas de ação afirmativa.

No combate à discriminação e ao racismo religioso, o GTPE-DPU promove ações, como o projeto “Rodas de Conversas nos Terreiros” e “A Defensoria Pública da União no combate ao racismo religioso”. A campanha “Interfaces do Racismo”, lançada pelo GT em 2018, conta com um minidocumentário sobre o racismo religioso. O episódio apresenta depoimentos sobre o processo histórico e político de violência sofrida por praticantes de religiões de matriz africana, e sobre os mecanismos de atuação do racismo religioso.

*com informações do Coletivo Dan Eji

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DCC/GGS
Assessoria de Comunicação
Defensoria Pública da União