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COP30: DPU debate importância da comunicação para ampliar atuação nas demandas das comunidades indígenas

Foto: ASCOM DPU
Belém – A comunicação social tem papel essencial na ampliação da atuação da Defensoria Pública da União (DPU) junto às comunidades indígenas e quilombolas. Esse foi o destaque do primeiro painel promovido pela DPU na COP30, na manhã desta terça-feira (11). O debate reuniu lideranças em Belém e abordou o papel da mídia na divulgação das necessidades e das pautas desses povos.
A jornalista da DPU Coral Kariri falou sobre sua trajetória e apresentou o projeto “Demarcação”, iniciado pelos ex-jornalistas da instituição Ikaruni Nawa e Ayla Tapajós. “Hoje, termos jornalistas indígenas na DPU não é novidade, é continuidade”, afirmou Coral, ao lembrar que a Defensoria conta com profissionais indígenas em sua Assessoria de Comunicação Social (Ascom) desde 2023.
“Nós, jornalistas indígenas, não somos só a fala. Somos o nosso território. Então, nossas palavras não levam só a fala, com elas levamos nossa terra”, destacou Coral, ao reforçar a importância de uma comunicação feita por quem vive e compreende as diferentes realidades.
Para ela, mais do que divulgar ações e projetos, comunicar as iniciativas da Defensoria nas comunidades por meio de jornalistas indígenas é garantir que a voz dos povos seja ouvida, respeitada e representada.
O defensor público federal Marcos Wagner Alves Teixeira foi o mediador do painel. Para ele, contar com jornalistas indígenas na Ascom da DPU ajuda, inclusive, no desenvolvimento de projetos elaborados pela instituição. “Às vezes, temos ideias de atuações que são aprimoradas ao entrarmos em contato com as comunidades”, disse. De acordo com ele, a convivência dos defensores com as lideranças aproxima a DPU dos territórios e fortalece o diálogo entre a instituição e as populações atendidas.
Adriano Wilkson, jornalista independente, contou sobre suas experiências como jornalista cobrindo pautas na Amazônia. Auricélia Arapiun, liderança Indígena do Tapajos, denunciou que a narrativa sobre as comunidades indígenas foi feita por muito tempo mostrando a visão de pessoas que nem sequer tinham contato com as comunidades.
“A gente pode tomar de exemplo os livros didáticos. A forma como a história foi contada. Se ela tivesse sido contada por nós, seria outra. Nós seríamos vistos de uma outra forma. Com a história da verdade, da invasão, da colonização. Ainda hoje ela não é contada nas escolas, mas quando é contada por nós”, disse Auricélia. “O direito indígena só é encontrado no território”, completou.
Também participaram do painel Josias dos Santos, liderança quilombola, e Miriam Tembé, liderança indígena.
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Assessoria de Comunicação Social
Defensoria Pública da União