Políticas linguísticas e institucionais
Parceria com o Mobilang – pesquisa e educação para os direitos linguísticos
A parceria da CTRAD com a Universidade de Brasília desdobra-se no desenvolvimento de pesquisas e mapeamentos sociolinguísticos, e na formação continuada da equipe da CTRAD, promovidos por sua inserção no grupo de pesquisa Mobilang, coordenado pela professora Sabine Gorovitz, além da participação em atividades extensionistas.
A fim de criar condições para que serviços de mediação linguística e interpretação comunitária pudessem ser implementados no setor de atendimento da DPU, a CTRAD, em parceria com o Mobilang e a intérprete forense Jaqueline Nordin, realizaram duas edições do Curso Básico de Formação em Interpretação Comunitária, que capacitou aproximadamente 80 pessoas, todas voluntárias.
Intérpretes linguísticos em diferentes idiomas, além de intérpretes na língua de sinais (Libras), foram capacitadas/os em encontros semanais virtuais e atividades complementares durante oito meses de curso, em 2020.
Parceria para interpretação de línguas indígenas
Entre os dias 18 de janeiro e 05 de fevereiro de 2021, foi realizado o I Curso de Formação de Intérpretes Indígenas, promovido pela Universidade Federal de Roraima, por meio do Programa de Valorização das Línguas e Culturas Indígenas de Roraima, em parceria com a Universidade de Brasília e com o apoio da Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo.
A DPU fez-se presente nas mesas de abertura e encerramento, pela participação da coordenadora da CTRAD, Bernardina Leal, e do defensor público federal Gustavo Zortéa, integrante do GT Migração, Apatridia e Refúgio.
Esta vinculação amplia as possibilidades de mediação e acessibilidade linguísticas, ao incorporar línguas indígenas nacionais ao trabalho desenvolvido pela CTRAD .
Além disso, dada a participação de migrantes venezuelanos, o banco de intérpretes passa a contar, também, com intérpretes Warao.
Essas iniciativas constituem os primeiros passos rumo à implementação de uma política institucional de valorização do plurilinguismo, da ampliação da acessibilidade linguística e da promoção dos direitos linguísticos. Esta política linguística institucional, por sua vez, faz-se imprescindível para a internacionalização da DPU.
Fluxos migratórios cada vez mais constantes destinados ao Brasil, cooficialização de línguas indígenas e línguas de migração e carência de intérpretes e tradutores habilitadas/os dimensionam a urgência de políticas linguísticas no país e exigem especial atenção para a formação e gestão na área.
Atento ao contexto internacional, a CTRAD vem estabelecendo contatos e parcerias com instituições que desenvolvem estudos de línguas consideradas majoritárias, mas também com instituições que lidam com línguas indígenas e capacitam intérpretes de diferentes povos, cujas línguas são nacionais e fronteiriças.
Parceria com Universidades, estudos e publicações
No início de 2021, a CTRAD aprofundou sua articulação interinstitucional com a Universidade de Brasília, por meio da vinculação do estágio em nível de pós-graduação. Esta ação também fortalece o trabalho da DPU como foco de investigação no âmbito da pesquisa acadêmica.
Há outro grupo de estudantes de Estágio Supervisionado em Tradução que também contribui com o trabalho da CTRAD, por meio da tradução de conteúdos institucionais, em inglês, francês e espanhol. As/Os estudantes são orientadas/os e avaliadas/os por docentes do Departamento de Letras e Tradução da UnB.